DOI: 10.17151/rasv.2021.23.2.11
Como Citar
Testa, S. F. . (2021). É possível falar de vocação quando se fala de ateísmo organizado? Reflexões sobre a iniciativa ateísta no Brasil. Revista De Antropología Y Sociología : Virajes, 23(2), 227–251. https://doi.org/10.17151/rasv.2021.23.2.11

Autores

Sabrina F. Testa
Universidade Federal de Santa Catarina
sabritesta@yahoo.com.ar
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Resumo

Diversos agrupamentos ateístas emergiram no Brasil nos últimos anos. Trata-se de pequenas associações que surgem a partir de e são mantidas graças 
à iniciativa de atores individuais que investem uma quantidade considerável de tempo, esforço e, inclusive, dinheiro para sustentar uma causa que, nem se define facilmente além da negação da ideia de deus, nem oferece recompensas materiais ou simbólicas aparentes. Este artigo procura explorar os sentidos que estes líderes ateístas atribuem à atividade militante, a partir de uma discussão sobre a categoria weberiana de vocação. Argumenta-se que a articulação de um movimento de descrentes, tal como se configura no Brasil, constitui uma empreitada intrinsecamente ambígua, na medida em que
resiste toda formalização e definição para além do mínimo necessário para existir como tal. Sob o risco constante de devir “religião” o ateísmo não se
organiza se não de forma embrionária, e dos seus articuladores exige um engajamento considerável que, no entanto, se evita definir em termos de  liderança. A abordagem, de corte interpretativo, tem por base empírica um trabalho de campo etnográfico levado adiante entre setembro de 2016 e  fevereiro de 2018 junto aos setores ateístas do Brasil. 

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