DOI: 10.17151/culdr.2021.26.32.3
Como Citar
Lopes Júnior, O. P. (2021). A guerra contra as drogas e a fabricação do Homo sacer. Cultura Y Droga, 26(32), 41–59. https://doi.org/10.17151/culdr.2021.26.32.3

Autores

Orivaldo Pimentel Lopes Júnior
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
orivaldo.lopes@ufrn.br
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Resumo

A tática da guerra contra as drogas de amaldiçoar e aviltar alguns dos usuários de drogas é parte de uma estratégia maior de bloqueio a essas pessoas de se inserirem na ordem pública como cidadãs. Esse movimento de exclusão corresponde a um movimento correlato de inclusão dessas pessoas na categoria de Homines sacri, isto é, seres insacrificáveis, passivos a todas as formas de extermínio justificável. Ao mesmo tempo, a barreira à profanação funciona como mais uma forma de instauração de uma ordem jurídica pública e inclusiva de todos os seres humanos. Os argumentos deste artigo se baseiam em conceitos de Giorgio Agamben, como os já mencionados Homo sacer e profanação, e outros como o de bando, e de dispositivo. A esses, acrescentamos o conceito de secularização, procurando chamar a atenção sobre o papel dos agentes religiosos na manutenção ou rompimento dessas táticas de guerra, típicas de um Estado de Exceção.

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